A
corrupção provoca um rombo de R$ 200 bilhões por ano nas contas
públicas. Esta é a estimativa corrente sobre o prejuízo provocado
pelos corruptos do Brasil.
Ou
seja, em dez anos serão R$ 2 trilhões perdidos pelo ralo instalado
nos porões do aparelho onde funciona a organização criminosa que
se apoderou do país.
Cá
entre nós, pode ser muito mais do que isso! Esta estimativa leva em
conta a taxa média de propina cobrada nos contratos investigados na
operação Lava Jato, mas, se as investigações chegarem em outras
áreas, suspeito que o valor final seja muito maior.
A
título de exemplo, cito os valores desviados da construção e
reforma de escolas no estado do Paraná, investigados na operação
Quadro Negro. Há projetos onde nada foi construído ou reformado, ou
seja, praticamente todo o valor foi desviado, o que equivale a uma
taxa de propina de 100%!
Mas
tomemos por base os R$ 200 bilhões por ano. Afinal, ser conservador
está na moda.
Admitindo
que “apenas” R$ 2 trilhões serão roubados dos cofres públicos
nos próximos dez anos, seremos “aliviados” de um montante
correspondente ao dobro da “economia” pretendida com a
propagandeada reforma da previdência.
Você
acha estranho? Eu não.
Não
esperava outra coisa. Afinal, a sistemática eleitoral em vigor não
poderia produzir outra coisa além dessas aberrações. A última
reforma política não vingou, e foram mantidas as mesmas regras que
favorecem a eleição e reeleição de uma maioria de oportunistas e
corruptos, herdeiros de currais eleitorais e apaniguados dos “donos”
de partidos. E a minoria que foge à regra não tem força para fazer
mudança alguma.
O
que me estranha mesmo é a falta de reação da população.
Pois
é a parcela que mais paga tributos no nosso país que está sendo
chamada a pagar também a conta deixada pela irresponsabilidade, pela
incompetência, pela atitude criminosa dos corruptos que sangram os
cofres públicos diariamente, sem vergonha e com requintes sádicos.
E
a reforma política, aquela que pode mudar este estado de coisas de
forma duradoura, com um sistema eleitoral que permita a eleição de
gente mais séria e honesta, ajustada e efetivamente comprometida com
o bem da nação, sequer é lembrada.
Ninguém
fala disso. Mas somos induzidos a aprovar mais um estimado rombo em
nossos “bolsos” (para não usar termos chulos, que também estão
na moda), sob o pretexto de cobrir o rombo que não produzimos.
E
nós sabemos o que vai acontecer daqui a mais alguns anos. O assalto
aos cofres públicos vai aumentar (afinal, eles já estão dando um
jeito de “estancar a sangria”, com tudo, como disse um dos
corruptos gravados durante investigações) e “alguém” vai ter
que pagar pela conta ainda maior. Sabe quem? Eu sei.
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