As palavras têm a mania de querer
ultrapassar os dicionários. Não se trata de mania de grandeza, mas, sim, de
sentido. Mania de não aceitar uma definição qualquer que as prenda a
determinado sentido. O que é natural.
Cada ser vivo experimenta
sensações próprias em suas experiências vividas. Alguns vão além, inventam
sensações e imaginam experiências. E dão a este tipo de combinação um poder
ainda maior para a significação dos eventos da vida. As significações se encadeiam
e se transferem de um ser vivo a outro, o que forma um conjunto infinito...
As palavras nascem assim, das
sensações experimentadas e inventadas. E vão se juntar a outras,
interminavelmente, neste mesmo conjunto infinito da vida.
No subconjunto da poesia, as
significações são potencializadas. Ou seja, as palavras ganham potência. Talvez
seja este o melhor contexto para a demonstração e compreensão desta mania
“incurável” que as palavras têm. É onde a combinação de palavras e
significações forma uma trama inesgotável de sensações e de possibilidades de
sensações; sugere a invenção de experiências; engendra imagens de matizes antes
impossíveis; amplia as dimensões do mundo!
Viva a mania das palavras!